PatriotasNeila Baldi style="width: 25%; float: right;" data-filename="retriever">
No último domingo, o Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos (ICIJ, na sigla em inglês) revelou que 92 políticos ou altos funcionários de governos de países da América Latina criaram empresas offshore em "paraísos fiscais" para ocultarem patrimônios ou lucrarem com menos impostos. Entre estas autoridades está o ministro da Economia brasileiro. No Brasil, não é ilegal investir em offshore, desde que declarado à Receita Federal. No entanto, o Código de Conduta da Alta Administração Federal proíbe, em seu Artigo 5º, que funcionários do alto escalão mantenham aplicações financeiras passíveis de serem afetadas por políticas governamentais. Quem comanda a política econômica no país? O senhor (e sua família) que mantém US$ 9,55 milhões nas Ilhas Virgens Britânicas, e que, por causa do dólar alto, obteve lucro de R$ 14 milhões com a empresa, desde que assumiu. DÓLAR ALTO "O dólar está alto? Problema nenhum, zero", disse o ministro em novembro de 2019. No ano passado, afirmou: "Não tem negócio de câmbio a R$ 1,80. Todo mundo indo para a Disneylândia, empregada doméstica indo para Disneylândia, uma festa danada." Disse que era pra gente passear no Nordeste, em Cachoeiro do Itapemirim, que passeasse no Brasil. "Está cheio de coisa bonita para ver." Eu e tu devemos investir no Brasil, eles, não. Enquanto o patriota, do "Brasil acima de tudo", lucra com a moeda brasileira desvalorizada, eu e tu pagamos o pato - alô Fiesp! Isto porque o dólar alto impacta sobre os preços dos combustíveis e alimentos. Ou seja, custo de vida mais alto. Nos últimos 12 meses (dados de setembro), a inflação acumulada é de 9,68% - para uma meta de 5%. Combustíveis e carnes junto com a energia são os vilões da inflação. Mas não era o homem do posto que ia nos tirar do atoleiro? MAIS PATRIOTAS O Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos também revelou que 66 dos maiores devedores de impostos no Brasil, cujas dívidas somam R$ 16,6 bilhões, mantêm offshore. Ou seja, sonegam impostos no país e investem no exterior. É o Brasil deles acima de tudo! A investigação revelou ainda que temos 1.897 patriotas com offshore, donos de empresas como o plano de saúde investigado na CPI e daquela loja cujo dono se veste como um papagaio, com as cores do Brasil. A propósito, o patriota manteve investimentos no exterior por 17 anos sem declarar à Receita Federal. Assim é fácil lucrar, né? O Brasil acima de tudo é o do dólar alto que gera lucro para empresários enquanto o povo passa fome. O gás custa R$ 100 e a carne, não é possível mais comprar. Mas o problema eram os aeroportos que tinham virado rodoviária...
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Mas será o Benedito? Noemy Bastos Aramburú style="width: 25%; float: right;" data-filename="retriever"> Terça-feira, 5 de outubro, foi uma data importante para os católicos devotos de São Benedito. O padroeiro dos afrodescendentes, cozinheiros e donas de casa não têm nenhuma ligação com a expressão "mas será o Benedito?". Para alguns, a expressão veio de uma atitude provocada por Getu?lio Vargas, que surpreendia aliados e adversa?rios com nomeac?o?es que ningue?m entendia. Com este comportamento, ocorreu a especulação que o presidente nomearia como pro?ximo intendente de Minas Gerais, hoje chamado governador, Benedito Valladares, homem inculto e ignorante, que fugia das características exigidas para o cargo naquela época, apesar de ser um poli?tico intuitivo. Por conta disso, as pessoas começaram a perguntar: "Mas sera? o Benedito?" A expressão logo se alastrou. A frase já era popular por fazer parte de uma marchinha de Carnaval de 1931, que perguntava "Sera? o Benedicto?" Esta data também é importante para católicos e não católicos por ser o dia em que se comemora os 33 anos da nossa Constituição Federal vigente, data que deve ser comemorada porque significa luta, já que, a cada dia, temos visto todos os poderes, seja Executivo, Legislativo e Judiciário, tentando assassiná-la. Talvez, algum leitor me pergunte: "Mas será o Benedito?" Respondo: sim, pasme, mas os três poderes, estão, dia a dia, tentando destruí-la, inclusive os menos desatentos têm presenciado este lamentável fato. É evidente que nossa Carta Magna não é perfeita, mas ela atendeu a necessidade do momento, buscou a valorização do cidadão, tanto que é conhecida como a Constituição Cidadã, razão que vem justificar a existência de muitos artigos, os quais deveriam estar em leis ordinárias e não na Constituição, como os direitos trabalhistas. Este é um dos exemplos clássico de desrespeito a Constituição Federal - a flexibilização de direitos trabalhistas, e, lamentavelmente, ao contrário do Benedito do presidente Getúlio Vargas, são os mais cultos que estão violando e atacando a Constituição Federal. Do mesmo modo que o Benedito do presidente, estes também são ignorantes, visto que o caráter que provoca o desrespeito à Constituição é ignorância. Então, a nossa luta (e a da Constituição Federal) é contra a ignorância. Assim, antes de levantarmos bandeiras, sejam elas vermelhas ou amarelas, devemos banir a ignorância. Não se está falando em canudo de faculdade, mas de pessoas com valores, como era meu avô João Cezar, que nunca pisou numa faculdade, mas jamais desrespeitou alguém por ser Ximango, já que ele carregava o lenço vermelho ao pescoço com muito orgulho.
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